26 dezembro 2017

O que acontece em Las Vegas, eu conto


Aproveito as oito horas de viagem de volta à California para escrever meu relato sobre os três dias de aventura em Las Vegas.

Bem, a gente vai vivendo e cria esse conceito sobre um determinado lugar, com base nos relatos e referências que recebemos dos outros. Fato é que eu imaginava chegar à cidade e presenciar orgias ao ar livre, muito álcool e grandes quantidades de dinheiro sendo perdidas e ganhas. Logicamente, vi muita gente alucinada, seja pela ingestão excessiva de bebida, seja pelo desejo de se tornar um milionário da noite pro dia.

Acredite ou não, Las Vegas também é uma cidade “família”. Fiquei surpreso com a quantidade de pais e filhos, de todas as idades, circulando, tarde da noite, pelos pontos turísticos da faixa de cassinos, chamada “strip”. Mais impressionante ainda é a profusão de brasileiros. Em todos os cantos que estive, pude escutar o bom e velho português sendo falado por visitantes de diversos lugares do nosso país.

O que falar da cidade? A primeira coisa é que ela tem um talento único para replicar estruturas arquitetônicas. Os hotéis-cassinos, em regra, apresentam temas e uma estrutura de entretenimento que acompanha os mesmos conceitos. Assim, é possível encontrar referências a cidades como Nova York e Paris, graças a miniaturas da Estátua da Liberdade e da Torre Eiffel e, até mesmo, Veneza, com canais e gôndolas. Na entrada do Hotel Mirage, o visitante encontra um vulcão em miniatura, que durante a noite, oferece um verdadeiro espetáculo pirotécnico com chamas sincronizadas e muita luz. O mesmo acontece com o Bellagio e sua fonte de água, que encanta a plateia de com jatos que dançam no ritmo de clássicos da música norte-americana. Já o Treasure Island, por sua vez, oferece um mini-musical, com piratas, sereias, explosões, e navios que pegam fogo e, também, afundam.


Em Las Vegas, tudo é muito grande, colorido e imponente. Os idealizadores da cidade foram capazes de extrair certo charme e ostentação de algo que, em sua essência, seria, a princípio, puramente exótico e brega. Impossível passar ileso por essa overdose visual.


Circuito de jogatina

Algo que também chama atenção é a estrutura de interligação dos hotéis. É possível visitar praticamente todos os cassinos sem ter contato com a rua. Pontes, passarelas e trens criam uma conexão que favorece a circulação de pessoas e, logicamente, fornece maior segurança para os turistas. Por vezes, me senti um pouco claustrofóbico, por não poder andar pelas calçadas, para me deslocar de um lugar para outro.
 
Entretenimento
 
Se você, assim como eu, não é lá muito fã das máquinas caça-níquel e mesas de carteado, não se preocupe. Las Vegas ainda pode ser o seu lugar. A cidade oferece apresentações musicais e artísticas para todos os gostos e orçamentos, entre elas o mágico David Coperfield, o “Blue Men Group" e o sensacional "Cirque de Soleil", a companhia circense mais conhecida do mundo, que apresenta, de forma fixa, espetáculos em diferentes hotéis.
 
A experiência é indescritível. Tive a oportunidade de assistir ao irreverente “Zumanity”, que recorre à semi-nudez e abusa da perfeição estética para explorar os aspectos da sexualidade humana e me emocionei profundamente com “Love”, produção musical totalmente inspirada na discografia dos Beatles, que me arrancou lágrimas, risos, palmas e, ao mesmo tempo, me inundou com a certeza que, nessa vida, tudo o que levamos conosco é o amor que se dá e o amor que se recebe. Se vier a Vegas, não deixe de prestigiar os espetáculos.

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